quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A Menina de Kranenburg:


Essa menina foi achada em 1717, na floresta, próxima à província de Overyssel, Alemanha. Ela foi sequestrada aos 16 meses, levada da casa de sua família em Kranenburg. Ao ser resgatada, estava vestida com pano grosseiro; alimentava-se de folhas e grama. Não havia qualquer evidência que tivesse sido adoptada por algum tipo de animal. Ela aprendeu a trabalhar com fiação, a comunicar através de sinais mas nunca conseguiu falar normalmente.

Shamdeo:

Em maio de 1972, um menino de 4 anos na floresta de Masafirkhana, em uma região onde outros cinco casos foram registrados. O garoto tinha a pele muito escura, unhas muito longas, cabelo abundante, calosidades nas mãos, pés e tornozelos, dentes aguçados, apetite por sangue além de comer terra. Caçava galinhas, preferia a noite ao dia e procurava a companhia de cachorros e chacais. Foi chamado Shamdeo e levado para o vilarejo de Narayanpur.
Aprendeu a se comunicar por sinais.
Em 1978, foi acolhido por madre Teresa de Calcutá. Morreu em fevereiro de 1985.

Gazelle Boy


Em 1960, o antropólogo Jean-Claude Auger, quando viajava sozinho pelo Saara Espanhol, encontrou um grupo de nómadas Nemadi que lhe contaram sobre o avistamento de uma criança selvagem, ou que pelo menos tinha comportamentos como o sendo.

Tissa, de Sri Lanka


Em 1973, no vilarejo de Tissamaharama, sul de Sri Lanka, foi capturado um menino que vivia com um bando de macacos. Em três meses aprendeu a andar erecto, ainda comia com as mãos, não falava porém aprendeu a sorrir.

Kaspar Hauser

Este jovem aparentava ter 16 anos quando surgiu "do nada" em Nuremberg, Alemanha. O seu caminhar era pouco firme, como o de uma criança que tivesse acabado de aprender a andar.A primeira noite, dormiu num estábulo depois de aceitar pão e água para comer. Rejeitando repugnado cerveja e carne. Interrogado pelas autoridades, respondia com palavras desconexas ou apenas dizia: "Não sei”. Deram-lhe papel e caneta e, para surpresa de todos, ele escreveu: Kaspar Hauser.Os dias passavam e nenhum facto novo surgia sobre a origem do rapaz. A convivência mostrou que Kaspar não era um retardado mental; antes, era desprovido de qualquer educação ou noções de sociabilidade. Aprendeu a usar talheres, cuidar de sua higiene pessoal e logo conseguia dizer frases completas. A facilidade com que aprendia coisas novas mostravam que ele tinha sido confinado quando já possuía idade suficiente para andar e falar; além disso, escrevera o próprio nome. Nas suas recordações, via um calabouço, um castelo, um brasão e um cavalo de brinquedo feito de madeira. Muitos especularam que o jovem era o herdeiro da Casa Real do duque de Baden, o que fazia dele um possível sucessor da dinastia inaugurada por Napoleão Bonaparte, posto que sua mãe deveria ter sido a filha adoptiva daquele estadista. O filho, supostamente morto ainda bebé, poderia ter sido raptado para que não viesse, um dia, a restaurar o poder bonapartiano. A verdade sobre Kaspar Hauser nunca apareceu. Depois de causar muita sensação atraindo a curiosidade de nobres e plebeus, morreu assassinado misteriosamente, sem motivo aparente, próximo à casa de seu professor.

A garota de Champagne

Em 1731, uma menina aparentando 10 anos foi encontrada no distrito de Champagne, França. Descalça, com o vestido reduzido a trapos e um gorro feito de folhagens na cabeça. Emitia gritos agudos; a pele estava tão suja e escurecida que alguns acharam que era uma menina negra. Comia passarinhos, sapos, peixes, folhas, brotos e raízes. Quando colocaram um coelho à sua frente, imediatamente, o matou. Abriu-lhe as entranhas e comeu a carne.
A garota de Champagne é um dos raros casos de criança selvagem que aprendeu a falar coerentemente o que faz pensar que, antes de ser abandonada ou perder-se, já sabia falar. Em pouco tempo ela esqueceu a maior parte de sua vida na floresta.“Os dedos, especialmente os polegares, eram extraordinariamente largos" - relatou uma testemunha da época. Ela usava esses dedos para extrair raízes e como apoio para agarrar nos ramos das árvores, entre as quais movia-se como um macaco. Era muito rápida na corrida e tinha uma visão fenomenal. Cresceu e estabeleceu-se em Paris onde trabalhava no artesanato de flores artificiais. Morreu na obscuridade com a maioria das crianças selvagens.

Isabel Quaresma


A menina que viveu a sua infância dentro de um galinheiro, pode ser considerada uma criança selvagem. Na verdade, ainda que, ao longo dos oito anos do seu cativeiro tivesse mantido alguma relação humana com a mãe, é muito provável que esta pouco ou nada falasse com a filha, limitando-se, muito provavelmente, a alimentá-la tal como alimentava as galinhas com que a obrigou a conviver.
Quando Isabel foi encontrada possuía algumas características físicas específicas, tais como:
Subdesenvolvimento ósseo;
Grande debilidade;
Cabeça demasiado pequena para a idade;
Face com semelhanças flagrantes com os galináceos (perfil, posição labial, dentição formada como se fosse um bico);
Olhos grandes (rasgados no sentido descendente);
Posição dos braços muito idêntica às asas das galinhas;
Calos nas palmas das mãos.
Uma catarata no olho direito, certamente originada por uma picada de galinha.
Em termos comportamentais, revelava:
Atitudes extremamente agressivas, destruindo tudo o que tivesse ao seu alcance,
O seu comportamento mais usual era mexer os braços como se fossem asas de galinha e guinchar,
Comia os seus próprios cabelos,
Defecava em qualquer parte e ingeria as próprias fezes.
Uma vez feita a sua entrada na sociedade, a Isabel teve alguns progressos embora o seu desenvolvimento tenha sido lento. No início, o próprio contacto com as pessoas era complicado. Só bastante tempo depois é que foi possível sentir-se à vontade com duas ou três pessoas.
Mudanças devido a nível biológico e fisiológico:
Isabel apresentava índices de velhice muito acentuados.
Tinha problemas de coluna, não se conseguindo equilibrar muito bem numa cadeira mas aprendeu a andar sozinha.
Relativamente a processos de instrução, verifica-se que ela conseguiu aprender a descascar laranjas e bananas, a abrir algumas portas e a manipular a televisão. Também aprendeu a pegar num lápis e a riscar.
Analisando os processos de educação, a Isabel fez alguns progressos a vários níveis:
Sociabilidade: não dorme no chão, usa roupas limpas, usa uma casa de banho (embora tenha de ser uma adequada à sua posição), consegue ter alguma actividade durante dez minutos seguidos e sabe estar em grupo.
Sentimentos: não tem medo das pessoas, percebe a expressão facial dos outros e sabe quando estão tristes ou contentes e, por vezes, reage ao comportamento das pessoas.
Sensibilidade: não gosta de comer fruta com casca, gosta de ver algumas coisas na tv, tem fascínio pelo tiquetaque dos relógios, sabe separar as cores...
Física: consegue andar, embora com alguma dificuldade em pisos irregulares.
Relativamente aos progressos a nível do ensino, pode-se ver que Isabel não fala mas tem linguagem receptiva, se se lhe falar em termos simples e em sequências curtas. Desenvolve jogos simples, de grafismo, consegue completar jogos de colocação de peças.